terça-feira, 28 de junho de 2011

Como estou dirigindo?

Saiba o que acontece quando você liga para responder a essa pergunta



“Bem-vindo ao serviço de qualidade no trânsito. Sua ligação é muito importante para nós. Aguarde alguns instantes que já iremos lhe atender.”

Se um dia você ouvir essa gravação telefônica é porque decidiu dar uma resposta para a pergunta que aparece nos adesivos colados em diversos veículos espalhados pelo Brasil: “Como estou dirigindo?”. Do outro lado da linha, vai atender o responsável pela frota da empresa ou um call center terceirizado, um 0800 como o Telequality Contact Center. “Nossa primeira ação é identificar o veículo de acordo com a descrição feita por quem liga, seja a partir da placa, da cor ou da localização física, já que a maior parte dos carros possui rastreador”, conta Leandro Lewicki, gerente comercial da Telequality.

Só depois de confirmar se o carro estava no local indicado, a empresa identifica e notifica o motorista. Se a informação não bater, a reclamação não será registrada. “Pode ser alguém tentando prejudicar o condutor: um ex-funcionário da empresa, alguém com raiva... Uma vez, ligaram para avisar que determinado motorista estava circulando a 120 km/h na avenida Brasil, em São Paulo. Consultamos os registros do rastreador e ele nem tinha passado por lá!”, diz Lewicki.

Depois de checar as informações, os atendentes repassam o registro para a direção da empresa que contrata o serviço – é ela que apura os detalhes e decide como lidar com a situação. E aí que mora o problema: muitas não tomam nenhuma providência. “Por isso o serviço não tem mais credibilidade e recebemos apenas 40 ligações por mês”, afirma Lewicki. Talvez seja esse o motivo de muitos motoristas profissionais continuarem aprontando por aí...
Nos EUA, a situação é muito diferente. Tanto que há grande oferta de serviços “Como estou dirigindo?” ­– e não só para profissionais do volante, mas também para motoristas que começaram a dirigir há pouco tempo.
A resposta é tão boa que Lior Strahilevitz, professor de direito da Universidade de Chicago, chegou a propor que todos os automóveis recebessem adesivos com o questionamento sobre o modo de guiar do motorista, que ficaria sujeito às críticas – e aos elogios – dos demais condutores. “As pessoas estão propensas a guiar de modo agressivo quando sentem que o anonimato as protege das sanções e responsabilidades sociais. Isso muda se puderem ser identificadas. Elas ficam com medo e se comportam melhor”, garante.

Reclamações mais comuns
1ª - Excesso de velocidade
2ª - Estacionamento em local impróprio
3ª - Comportamento do condutor ou ajudante - e não é no trânsito. As queixas são sobre motoristas que mexem com mulheres bonitas ou xingam alguém.


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