quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Fiat 147: 33 anos de história


O hatch que deu início à história da marca italiana no Brasil


A Fiat chegou ao Brasil em 1976 produzindo o pequeno 147 em Betim (MG). Derivado do 127 italiano, o carro foi o primeiro a ser equipado com motor montado na transversal entre os modelos nacionais da época e se tornou um dos mais populares do país, brigando com o lendário VW Fusca e o GM Chevette. 


Em novembro daquele ano, a Autoesporte apresentava as primeiras impressões do Fiat, que foi avaliado no dia a dia, em estradas de terra e até mesmo no autódromo de Interlagos. Das sete cores apresentadas pela Fiat, o modelo testado era um “vermelho romano” e apresentou nota 10 em dois quesitos: dirigibilidade e estabilidade. O 147 ficaria famoso pela eficiência nas curvas e excelente suspensão.

A velocidade máxima do pequeno hatch – ele tinha 3,62 m – era de 135 km/h e saiu da fábrica com uma ampla grade dianteira ladeada por faróis retangulares, pneus radiais e era considerado uma “nova concepção de transporte urbano”.

“Quem compra um carro destes, pelo menos seu similar 127 na Itália, procura um meio de transporte capaz de atender suas necessidades mais comuns, quais sejam as de andar no trânsito urbano supercongestionado, com espaço interno suficiente para quatro passageiros, mais bagagem, e que não lhes cause claustrofobia. Quer também maneabilidade sem problemas, pouco cansaço e um custo operacional baixo”, era o que dizia o primeiro teste.

A versão esportiva 147 Rallye e a perua Panorama

O câmbio não agradou muito, pois vinha do assoalho, entre os bancos dianteiros, até a mão do motorista. Era tão alto que fazia com que as mudanças não fossem muito precisas. O motor transversal, de quatro cilindros tinha e 1048 cc de cilindrada, tinha o torque máximo de apenas 7,8 kgfm a 3.800 rpm era arrefecido por um sistema com bomba d’água e radiador.

Seu sucesso no mercado brasileiro foi tamanho que, no final da década de 70, início dos anos 80, as vendas do Fiat 147 chegaram, inclusive, a superar as do Fusca. Alguns testes promovidos pela fábrica se transformaram em comerciais televisivos, como o realizado nas escadarias da igreja da Penha, no Rio de Janeiro.

Comercial de lançamento do Fiat 147 no Brasil na escadaria da penha no RJ

Em apenas um ano, o 147 vendeu 64 mil unidades e em 1977 além da versão Standard, existiam as versões, L e GL, com alguns opcionais a mais do que o modelo de base, e a versão Furgoneta, sem os vidros traseiros e de uso, principalmente, comercial. O 147 Pick-up surgiu um ano depois com espaço para 650 litros. A versão esportiva Rallye de motor 1.3, foi testada e aprovada pelo piloto Emerson Fittipaldi a convite da Fiat.

Em 1979, o Fiat 147 se tornava o primeiro carro a álcool do mundo, como motor 1.3, 60 cv brutos. Foi na década de 80 que o carro recebeu sua primeira reestilização, com a nova frente um pouco mais inclinada chamada “Europa”. Nessa época, também surgia o modelo GLS, versão de luxo do GL e a Panorama, a perua da linha com 730 litros de espaço para carga normalmente (com o banco rebatido ela podia levar até 1440 litros). A perua chegou, inclusive a ser exportada para a Itália. Em 1982, a picape Fiorino seria apresentada com a base da Panorama e a frente Europa.



O modelo três volumes Oggi

Em 1983, a versão básica passava a se chamar 147 C, a GLS era substituída pela Top e a Rallye viraria Racing, com substituição dos sincronizadores de primeira e segunda marchas. Ao mesmo tempo, a nova frente Spazio também era oferecida, com grades e faróis maiores. Naquele mesmo ano surgia o três-volumes Oggi, que não foi tão bem aceito e que teve até uma rara versão esportiva, a CSS, equipada com motor 1.4. As vendas do 147 só serão abaladas, de fato, com a entrada no Uno no mercado brasileiro em 1984 e os demais carros da linha também sucumbiam com os concorrentes que surgiam no mercado, como o Prêmio e o Monza. Em 1986, ele saia de série, mas deixaria seu legado para carros como Uno e Palio. 


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