domingo, 2 de setembro de 2012

Ford New Fiesta X Chevrolet Sonic

Rivais viscerais, Sonic e New Fista se enfrentam num duelo em que elegância e espírito esportivo são fundamentais


O Brasil nunca foi tão atraente para os estrangeiros. O país tornou-se um destino de férias e tem boas ofertas profissionais. Da mesma forma, jamais tivemos tantos imigrantes de quatro rodas procurando novas oportunidades em garagens brasileiras. O sul-coreano Chevrolet Sonic estudou para ganhar a vida nos Estados Unidos, mas acaba de receber um visto de permanência brasileiro e pretende se
dar bem por aqui. Ele quer ascender na carreira e passar à frente do Ford Fiesta, mexicano que ainda não se adaptou plenamente à cultura local. Os dois são representantes de uma segunda onda de hatches premium, categoria que deu as caras em 2002, quando a Volkswagen trouxe para cá o Polo. No ano seguinte, o alemão viu a chegada de Citroën C3 e Honda Fit, e, em 2007, do Fiat Punto. Desde então, o segmento viveu em calmaria. A vantagem do Sonic é chegar em um momento mais propício que o novo Fiesta, no qual o público brasileiro começou a aceitar a ideia de desembolsar mais por carros pequenos, porém recheados de tecnologia - até então, automóvel compacto tinha que custar pouco. Além disso, a GM não cometeu o erro da Ford, que foi o de não disponibilizar o câmbio automático em nenhuma versão.

Sonic e Fiesta lançam mão da mesma receita. Ambos estão limitados aos 4 metros de comprimento, utilizam motor 1.6 e entregam uma pitada de esportividade. A GM sai na frente em segurança, por oferecer freios ABS e airbag duplo nas duas versões (LT e LTZ). O Fiesta vem em versão única (SE), com três pacotes de equipamentos. No catálogo básico, esses itens de segurança foram ignorados. Por isso, deixe o pacote apelidado de RCA2 mofar na concessionária. O melhor custo-benefício é o intermediário, por 46 490 reais, que traz as bolsas infláveis e o antitravamento. O kit também inclui o hill holder, sistema que mantém os freios acionados por 3 segundos quando se tira o pé do pedal em aclives, e a central multimídia Sync. Criado em parceria com a Microsoft, a tecnologia sincroniza o carro com o celular do dono. Com esses atributos, oferece mais que o Sonic LT, que sai por 46 200 reais.

Os preços praticamente idênticos incluem na lista de série ar-condicionado, travas e vidros elétricos, bancos traseiros rebatíveis, coluna de direção ajustável em altura e profundidade e rodas de liga. A direção hidráulica do Sonic agrada pela maciez, mas fica envelhecida perto da assistência elétrica oferecida no Fiesta. Um breve test-drive é suficiente para fazer notar a grande diferença.

Os dois hatches compartilham a vantagem de ser visualmente mais bem resolvidos que suas versões sedã. O Ford tem linhas equilibradas e cortes angulares que conferem sofisticação e volume. Já o Sonic agrada pela dianteira esportiva, que lembra o Mitsubishi Lancer, com sua grade trapezoidal e faróis com lente própria, sem uma capa de policarbonato envolvendo o conjunto todo. Um Fiesta levemente reestilizado já está no forno e deve estrear a nova dianteira no ano que vem, o que garante durabilidade extra ao visual do Chevrolet. As formas atraentes do hatch vermelho custam pontos no espaço traseiro, que aperta os passageiros com mais de 1,80 metro. Em compensação, tem cinto de segurança de três pontos e encosto de cabeça para quem viaja no meio. O carro azul peca por não ter os itens no assento central.

Nos dois é fácil encontrar boa posição para dirigir, com vantagem para o Fiesta, detentor de bancos largos e ajustes milimétricos. No entanto, os botões centrais em forma de paralelogramo no painel priorizam o visual em lugar da ergonomia. O GM tem botões acessíveis, com disposição mais clara e intuitiva.

É sob o capô que o embate entre os conterrâneos se decide. Na aceleração, cravaram o mesmo tempo, 11,2 segundos para ir da inércia aos 100 km/h. As retomadas também foram virtualmente iguais, com ligeira vantagem para o GM. Entretanto, a diferença no consumo é notável. E o Ford se sobressai. Bebendo etanol, em ciclo urbano, fez 8,2 km/l, contra 7 km/l do Chevrolet. Na estrada, foram 11 km/l versus 9,5 km/l. Além de maneirar mais no consumo, o Fiesta agrada ao volante e con- ta com isolamento acústico caprichado. Ele leva a melhor sobre o Sonic, mas tem dois desafiantes pela frente. Em agosto, os novos Fiat Punto e Citroën C3 assumem seus postos.


Fonte: Revista Quatro Rodas

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